sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Crise de identidade

Não é só dentro das quatro linhas que o Brasil tem enfrentado dificuldades no caminho para a Copa de 2014: o cenário extracampo tem criado polêmica – e nem estamos falando dos problemas de infraestrutura  pelos quais o país passa.
 
Quem diria que os possíveis nomes para um mascote poderiam gerar tamanha comoção negativa? Após uma votação relativamentetranquila para o nome da bola da Copa – um não tão criativo “Brazuca” -, “Amijubi”, “Fuleco” e “Zuzeco” surgem para acalorar as discussões nas mesas de bar. Qual deles você escolheria para o simpático tatu-bola? Provavelmente nenhum. As três opções foram escolhidas por um júri de notáveis – Arlindo Cruz, Cláudia Leitte, Bebeto, Thalita Rebouças, entre outros –, através de uma lista previamente elaborada pela Fifa.
 
Os mascotes da Copa do Mundo de futebol
Levando isso em conta, ficam as questões: essa escolha cabe realmente à Fifa? O júri de notáveis realmente representa os 190 milhões de brasileiros ou, ao menos, os que se importam com o evento?
 
Nossa equipe escutou opiniões sobre a credibilidade de um júri composto por personalidades para escolha dos nomes. “Celebridades ditam moda e formam opinião, por isso são as pessoas que devem participar de uma decisão tão importante para o país”, relata a advogada Letícia Almada.
 
Já a estudante de Pedagogia, Nádja Ribeiro, defende que seria mais justo incluir o público nessa decisão. Segundo ela, hoje em dia, através da internet, é possível criar formas mais democráticas para eleger os nomes.
 
Para Rodrigo Souza, estudante de Educação Física, é importante escutar as personalidades, pois são pessoas influentes no país, mas seria mais justo convidar também especialistas na área do esporte para opinar.
 
Vitor Carneiro, estudante de Comunicação Social, aponta que o problema não é o júri, mas sim a Fifa. Ele acha que os nomes que a instituição oferece às personalidades deveriam ser criados por quem "entende do gosto do Brasileiro", como publicitários ou comunicadores em geral.
 
O certo é que quase 30 mil pessoas já resolveram fazer algo sobre o assunto. Na petição “Queremos um nome decentepara o mascote da Copa 2014” o número de assinaturas não para de crescer. Será que a Fifa vai mudar de ideia? Não é o que as notícias recentes indicam.
 
 
Por Guilherme Miscula, Guilherme Pimentel, Marianna Brück, Nayara Neves e Vítor Bara

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