Blog dos alunos do 5º período do curso de Comunicação Social com habilitação em jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, para os trabalhos de Jornalismo Online, da disciplina Processo de Informação IV.
O que faz uma empresa ser destaque dentro de seu campo de atuação? Uma das principais colocações de profissionais que estudam o mercado é a de qualidade no serviço oferecido, buscando sempre a inovação. O constante aperfeiçoamento de procedimentos, produtos e serviços oferecidos leva os empreendedores para caminhos de práticas de sucesso. Por vezes essas práticas são tão surpreendentes e inovadoras que originam os chamados cases, ou casos de sucesso.
E essas práticas podem se referir a inovações no que diz respeito ao mercardo e aos clientes, como algum trabalho positivo realizado ou alguma publicidade super lucrativa, ou também no que diz respeito ao regimento interno dessas empresas. A elaboração dos cases, que nada mais são do que relatórios dessas práticas, pode se referir a esses dois ambientes, interno e externo. A elaboração de cases para relatar práticas de sucesso é muito comum em empresas consolidadas. Ao longo dos anos, essa prática também vem se tornando comum no que diz respeito a outro tipo de empresa - as empresas juniores.
EJs são empresas formadas exclusivamente por estudantes dos cursos de graduação das universidades. Nelas são desenvolvidos projetos que focam, em sua grande parte, nos micro e pequenos empresários. Para esses projetos são cobrados valores abaixo da realidade de empresas que atuam no mercado convencional. A orientação e o acompanhamento dos professores é um ponto-chave, principalmente por respaldar o que é feito e atestar a qualidade do produto final oferecido ao cliente.
Durante o ano acontecem diversos encontros de empresas juniores. Em novembro ocorre o Encontro Mineiro de Empresas Juniores, o EMEJ 2012. Centenas de jovens empreendedores irão se encontrar na cidade de Uberlândia entre os dias 15 e 18 de novembro. Visando a troca de experiências e o aperfeiçoamento de ideias, vários cases serão apresentados, de EJs de diferentes cidades. É o caso da Acesso Comunicação Jr., de Juiz de Fora, da UFMG Consultoria Jr., de Belo Horizonte, e até da Ayra Consultoria, do Rio de Janeiro.
Como geralmente ocorre com os cases, nesse evento eles serão divididos em duas categorias: projetos internos e externos. Os casos de sucesso de projetos internos dizem respeito a alguma inovação ou nova iniciativa que impactou positivamente sobre qualquer área da empresa, no caso, EJ. Já os de projetos externos dizem respeito a serviços executados para clientes que atingiram resultados satisfatórios. Será escolhido o melhor case de cada categoria, que será premiado com o Prêmio Fejemg.
A apresentação de casos de sucesso em eventos desse porte é muito bem vista pelos empresários juniores. É o que defende Mateus Berger, Gerente Administrativo-financeiro da Federação das Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina: “É sempre bom mostrar para todos os resultados do nosso trabalho. As EJs, apesar de isso estar mudando, ainda não tem muito reconhecimento em nosso país, e esses evento e os prêmios que incentivam a inovação colaboram para esse crescimento do MEJ (Movimento Empresa Júnior)”. Mateus também vê os eventos como oportunidade de integração mais efetiva entre os empresários juniores das mais diversas partes do país: “Acaba que nos encontramos em reuniões pela internet, que é a ferramente mais utilizada em nosso trabalho. É bom conhecer pessoalmente as pessoas com quem trabalhamos.”
No ano que vem é a vez de Juiz de Fora organizar o EMEJ. Com certeza é a oportunidade que esses jovens precisam para aumentar a representatividade do movimento e criar ainda mais práticas de sucesso.
Por: Guilherme Miscula e Vítor Bara
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Internação sem identificação no HPS, como funciona?
No mesmo dia, quinta feira dia 18, em que o
menino teve morte cerebral,o homem faleceu.
Quisemos saber: como o hospital procede nesses casos?
Fomos até o Hospital de Pronto Socorro Dr. Mozart
Teixeira, o HPS de Juiz de Fora e falamos com a Supervisora de Recepção e
Internação, Marvelina Werner, que nos explicou como funciona esse tipo de
internação:
Além dos primeiros procedimentos a serem seguidos pela
equipe do HPS, Marvelina também explicou que em caso de internação de menores, também
é contatado o Conselho Tutelar.
Em caso de morte, os corpos são encaminhados para o
IML, onde permanecem até, no máximo, 30 dias aguardando reconhecimento. Se isso
não ocorrer, são colhidos materiais biológicos, como as digitais, por exemplo,
e o corpo é fotografado para futuros exames e reconhecimento.
De acordo com a superisora entrevistada o HPS recebe esse tipo de paciente no mínimo duas vezes por semana, por isso é importante estar atento, caso algum conhecido
desapareça, contate também o HPS. Os telefones são: 3690-8200 e 3690-8100.
A cada 15 segundos, uma
mulher apanha. A violência contra a mulher ganha cada vez mais destaque nos
cenários estadual, nacional e mundial. Mas a agressão contra o gênero feminino
não ocorre apenas em caráter físico, como também no psicológico, intrafamiliar,
de gênero, de etnias e através da chamada violência simbólica.
A Lei Maria da Penha, criada em 2006 em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que foi espancada pelo marido durante seis anos e acabou ficando paraplégica em uma tentativa de assassinato, protege
as mulheres contra os diferentes tipos de violência, mas ainda deixa algumas
brechas para as ações criminosas. A Lei “Cria mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de
Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências.” – Texto da Lei 11.340, a Lei Maria da Penha.
Delegacia de Mulheres de Juiz de Fora. (foto: Priscilla Helena)
A delegacia de mulheres de Juiz de Fora é especializada na apuração de crimes de violência doméstica e de violência contra o idoso, de acordo com o delegado Rodrigo Ribeiro Rolli. Segundo ele, não é possível afirmar, ainda, se houve uma diminuição efetiva do número de ocorrências de violência doméstica, se comparado aos últimos anos.
"Existem políticas e condutas policiais com a finalidade de diminuir e de efetivar essa diminuição. Mas eu falo também como professor universitário e posso dizer que o problema de violência doméstica é, antes de ser um problema de Polícia e de Justiça, de saúde pública, e não de segurança pública. Eu, como delegado, vejo a necessidade de efetivação de políticas públicas de saúde no trato de um dependente químico, por exemplo", destaca Rodrigo Rolli. Rolli deixa claro que o principal objetivo da Lei Maria da Penha e dos direitos das mulheres é o de acabar com a violência contra elas, mas esse ainda é um passo a ser dado. "A Lei inovou muito a legislação dos direitos das mulheres, mas ainda existem muitos mecanismos que não temos como aplicar. Por exemplo, ela prevê que uma mulher agredida tem o direito de ter um policial 24 horas junto dela, mas isso só é possível em filme americano, pois no Brasil nós não temos um efetivo policial que dê conta disso", afirma. O delegado fala sobre a função da Delegacia de Mulheres, enquanto parte da Polícia Civil.
De acordo com informações da
Delegacia de Mulheres de Juiz de Fora, são registrados cerca de 250 a 300 casos
de agressão a mulheres a cada mês. O delegado explica em que época as ocorrências são mais frequentes e o porquê.
Ele afirma, ainda, que algumas mulheres utilizam da Lei Maria da Penha para chegar à separação dos maridos e, "ao invés de pedirem a separação de corpos, elas apelam para outros métodos, entram com as medidas protetivas e dali já são encaminhadas para a separação".
Mas vale ressaltar que
existem outros tipos de violência contra as mulheres, como a simbólica e a
psicológica. Para a professora universitária Cláudia Regina Lahni, "a violência contra a mulher em Juiz de Fora, no Brasil e no mundo infelizmente ainda é muito alta. A igualdade entre homens e mulheres, na prática, ainda está longe de acontecer". Ela explica como os diferentes modos de violência ocorrem
na maioria das vezes.
Cláudia é militante do
movimento feminista e explica que até mesmo algumas formas de linguagem podem ter conotação
agressiva. "A ação de violência pode vir de peças publicitárias, como as de cerveja, por exemplo, mas não somente. A forma como as mulheres são representadas em programas de entretenimento na televisão e mesmo em outros tipos de comunicação aqui no Brasil também é, muitas vezes, agressiva", explica a professora.
Cláudia afirma que todo e qualquer tipo de preconceito já se caracteriza como uma forma de violência, como a homofobia. "A lesbofobia é uma violência enorme contra as mulheres e deve ser enquadrada também, dessa forma, a partir da Lei Maria da Penha".
O delegado Rodrigo Rolli destaca que, ao contrário de Cláudia, ainda existe um número absurdo de mulheres que sofrem algum tipo de agressão e sequer chegam a denunciar; enquanto outras não
levam o processo até o fim. Essas condutas contribuem, então, para que os
agressores vivam na impunidade.
Mas esse não é o caso da dona de casa D.M., 38 anos,que diz ter receio de denunciar o marido. “Ele não costuma me bater, mas sempre
me ofende, me xinga e me expõe ao ridículo na frente dos vizinhos. Ele bebe, fuma
e me ameaça de vez em quando, mas eu tenho medo de denunciar e ele fazer alguma
coisa pior comigo ou com os meus filhos”, desabafa.
Um rapaz que preferiu não se
identificar concorda com a dona de casa. “Há dez anos, quando eu me casei, eu tinha um ótimo relacionamento. Mas com o passar do tempo, a gente foi se desentendendo e as brigas começaram a ficar mais sérias. Eu cheguei a agredir a minha esposa, tudo por causa da bebida. Eu bebia de quarta a domingo e ficava agressivo com a minha mulher e com os meus filhos. Mas é claro que hoje eu me arrependo de tudo". Sonora 2 - agressor by izabelafonseca11
Hoje ele conta que está
divorciado e que teve de frequentar o grupo de Alcoólicos Anônimos (AA) para
parar de beber. “Eu tinha que dar um rumo na vida, mas mesmo depois que larguei
a bebida, não tinha como continuar o casamento. Depois do que eu fiz, ficaram
muitas feridas no relacionamento”, afirma. Para ele, as mulheres não têm a menor chance diante de um homem agressivo. Sonora 3 - agressor by izabelafonseca11
Mas não é preciso apenas combater as diversas formas de violência. A professora Cláudia Lahni fala de ações
que podem ser adotadas para evitar que a violência ocorra e para combater e
coibir as ações.
Para Cláudia, é necessário que a sociedade seja tocada pelas necessidades das outras pessoas para que seja possível, assim, que a violência contra a mulher acabe. Ou que pelo menos os agressores não saiam impunes. "É importante pra mim que eu viva em uma sociedade igualitária, onde as mulheres não apanhem e não batam e não sejam agredidas verbalmente. Em que direitos de lésbicas e de gays sejam os mesmos dos heterossexuais, ou seja, uma sociedade que tenha respeito, que não desvalorize o homem negro ou a mulher negra, que a gente viva, de fato, em uma situação de igualdade". Sonora Cláudia 2 by izabelafonseca11 Como denunciar Para denunciar qualquer forma de violência, a primeira ação é ligar para a Polícia no telefone 190 e registrar a ocorrência. A denúncia também pode ser realizada em qualquer dia e horário na Central de Registro de Ocorrência. A Delegacia de Mulheres funciona de segunda a sexta, de 8h30 às 12h e de 14h às 18h, na Rua Custódio Tristão, s/n, Santa Terezinha. O telefone é 3229-5812.
Outubro
Rosa nacional e discussões acadêmicas em Juiz de Fora
A campanha do Outubro Rosa,
que acontece em todo o mundo e tem como base o combate ao câncer
de mama, também teve o momento de conscientização e orientação a respeito da
violência contra a mulher. No Paraná, a deputada Cantora Mara Lima, autora da
Lei nº. 16935/11, que institui a divulgação do evento de combate ao câncer de
mama, propôs uma Assembleia no Plenarinho do estado para dialogar sobre a
valorização das mulheres e o repúdio à violência.
A Assembleia aconteceu na
manhã do último dia 16 e teve a participação de diferentes profissionais
envolvidos com o tema, como psicólogos, juízes e advogados. A iniciativa, mesmo
fora de Minas Gerais, não está longe da realidade juizforana de combate à agressão.O XVIII Encontro Regional da Abrapso Minas, por exemplo, que acontece entre os dias 1º e 3 de novembro no
Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Juiz de Fora(UFJF), também trará discussões acerca do assunto, passando pelo desrespeito
físico, psicológico e simbólico. O evento terá como principal pauta a
psicologia social atrelada às políticas públicas. O objetivo é mostrar o que
ainda pode e deve ser feito para aplicar os recursos provindos de iniciativas de
Estado, no intuito de promover melhorias efetivas na qualidade de vida da
população de maneira geral.
O encontro, de
caráter acadêmico, contará com apresentações de trabalhos de autores de
diversos estados e tem como organizadora a professora Juliana Perucchi, da UFJF,
que também é coordenadora da regional de Minas Gerais da Abrapso. Ao todo,
serão apresentados 146 trabalhos em duas modalidades – comunicação comparada e
pôster, dos quais pelo menos 24 tratam, de alguma maneira, da violência contra
a mulher sob perspectivas teóricas e práticas.
Os artigos que tratam do
tema irão falar, à partir da perspectiva psicológica, não só sobre a forma mais
conhecida de violência contra a mulher – a física, mas trarão, por exemplo,
discussões sobre gênero, etnia, sexualidade e violência simbólica.
Para mais informações sobre o evento,
acesse o site.
O Cine Excelsior foi inaugurado em 1958 e desperta diferentes discussões na
pauta cultural de Juiz de Fora. Após anos de disputa judicial em prol da
reabertura do espaço, fechado desde 1994, da luta pelo tombamento ou pela
obtenção da Declaração de Interesse Cultural (documento que garantiria que o
local seria destinado apenas a eventos culturais) e diante do desinteresse do
poder público, o Cine Excelsior encontrava-se em situação precária e caía em gradativo
esquecimento até meados de 2011.
Fachada atual do Cine Excelsior. (foto: Natália Ferreira)
Em
novembro do ano passado, as poltronas do cinema e o letreiro com os dizeres
“fechado para reforma” foram retirados do local. O objetivo dos novos
proprietários, que compraram o espaço em 2010, era transformá-lo em um
estacionamento rotativo de veículos. Até o momento, as obras estão embargadas
pela Prefeitura da cidade por falta de laudosque comprovem a capacidade de o
prédio abrigar atividades com esse fim, além de haver preocupação com a
circulação de veículos na Avenida Rio Branco.
Retirada das cadeiras do Cine Excelsior. (foto da internet)
Desde
então, o movimento para que o prédio seja tombado e se torne um patrimônio
histórico da cidade se intensificou e tenta garantir que o lugar não deixe de
existir. Franco Groia, professor de História do Cinema e líder do movimento
“Salvem o Cine Excelsior”, explica como se dá a movimentação.
Groia
revela que muitas foram as tentativas de impedir que o local fosse destruído:
“o movimento existe para lutar por esse patrimônio cultural que é muito maior
que o proprietário. A gente respeita a pessoa, mas temos que levar em
consideração o valor cultural e histórico presente naquele espaço que pertence
à história da cidade de Juiz de Fora”. Através das redes sociais (Facebook, Twitter, Site e Youtube), os integrantes do movimento mobilizam a
população em prol da preservação e recuperação do espaço, lutando para ele não
seja esquecido.
O
processo de tombamento do prédio como patrimônio histórico da cidade não foi
aprovado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural
(COMPPAC), órgão responsável por avaliar a ação, mas um novo recurso
já está sendo representado, agora por parte do condomínio onde se localiza o
cinema, para reverter essa decisão. O recurso segue em segunda instância no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo
Horizonte.
"Recentemente,
o cinema nacional aumentou a produção e,
consequentemente, o número de espectadores. Há espaço (ou mercado) para
novas salas, enquanto a ANCINE (Agência Nacional de Cinema) calculou o
crescimento de 8% em um ano, projetando o dobro da quantidade atual
para 2020.Há ainda um programa federal (o Cinema Perto de
Você) destinado a recuperar cinemas antigos, requerendo (dentre outras
exigências) a autossuficiência por meio de um plano de negócios, e
que infelizmente só não contempla a compra do imóvel.” - Texto do site "Salvem o Cine Excelsior"
Saiba
mais sobre a história do Cine Excelsior
O Cine
Excelsior, inaugurado ao som do Hino Nacional em fevereiro de 1958, foi
considerado, até a década de 90, uma das melhores salas de cinema do Brasil.
Marco no período de modernização de Juiz de Fora e referência cultural da
cidade, a única sala do prédio podiaacomodar cerca de 1.250 pessoas.
Acomodações
internas do Cine Excelsior. (foto da internet)
O espaço
foi idealizado por Procopinho, filho do ex-prefeito da cidade, José Procópio
Ferreira, e era composto por um telão de projeção, sistema de som de 21
caixas, acústica impecável, iluminação a néon, um ar condicionado central e
projetor cinematográfico. O projeto, feito por Armando Favatto, foi o sexto
prédio com mais de cinco andares construído em Juiz de Fora. O maior cinema do
interior de Minas Gerais refletia o período de modernização pelo qual passava
a cidade. A decoração interna era em estilo Art Noveau, uma
tendência artística que ganhou força no Brasil dos anos 20. O Cine Excelsior
abriu as portas para a sessão inaugural em 1958.
Exibição
de filme no Cine Excelsior. (foto da internet)
Os anos
seguintes foram marcados pelo sucesso do cinema, que se tornou preferência
entre a população em geral. As filas de espera para as sessões de filmes eram
gigantescas e, em dias mais movimentados, elas se estendiam pela Avenida Rio
Branco, passavam pela Rua Floriano Peixoto e alcançavam até a Avenida
Getúlio Vargas.
Apesar de
ser um dos mais modernos dos sete cinemas existentes na cidade, o Cine
Excelsior teve o último filme apresentado em 30 de outubro de 1994. A concorrência
inesperada com a TV e o surgimento do videocassete, nos anos 80, fizeram
com que o Excelsior mergulhasse numa crise sem fim. O local ficou
endividado e muitos funcionários foram demitidos. O resultado já perdura por
mais de 18 anos e as portas do cinema ainda continuam fechadas. A
reinauguração, marcada inicialmente para 23 de junho de 1995, ainda é aguardada
por muitas pessoas que assistiram de perto a crise gradativa do local.
Casos e Causos
Terezinha
Maria de Jesus, de 79 anos, antiga espectadora do Cine Excelsior, afirma que o
cinema faz parte da história da cidade e da vida das pessoas que lá
estiveram e puderam presenciar grandes momentos. “Vivi grandes aventuras
no Excelsior e é uma pena que as próximas gerações não possam conhecer aquela
beleza de lugar, que conta muito sobre como era ser juizforano naquela época”,
diz a senhora.
Oscar Kappel,
de 89 anos, conheceu o prédio antes deste se tornar cinema e diz que
frequentava a sala com a esposa dele quando começaram a namorar. Ele conta
que na época que o Cine funcionava, existiam outros cinemas na cidade, tais
como o Central, o Cine
Glória, o Cine Carriço Filmes e o Rex, mas a
preferência era pelo Excelsior.
Como parte da própria história, Oscar fala sobre o surgimento do local.
"Onde é o Cinema Excelsior hoje, antes funcionavam as instalações do
Comissário Vargas, uma empresa de transporte rodoviário que usava caminhões de
dez rodas. Na época, eles tiraram das ruas as árvores de jalão, que os moleques
costumavam subir".
Para a comerciante Renata Tavares, 41 anos, o
Cine guarda histórias engraçadas. “O pessoal costuma falar que lá tinha até
pulgas quando começaram a inaugurar outros cinemas na cidade, mas deve ser por
causa da concorrência. Eu lembro que depois que parou de passar os melhores
filmes lá, falaram que estava funcionando como cinema pornô”.
Mas o cineasta Franco Groia ainda acredita no Cine Excelsior:
Projetos gratuitos e de baixo custo são oferecidos a crianças e jovens na Zona Norte. O objetivo é oferecer lazer, entretenimento e atividades culturais diferenciadas, especialmente às pessoas de baixa renda. A Prefeitura, através do Programa Gente em Primeiro Lugar, fornece aulas de dança, teatro e música, por exemplo, no bairro Jóquei Clube II; por outro lado, o Centro Cultural de Benfica, através da iniciativa de moradores e com projetos particulares, oferece cinema e grupos de dança.
Os projetos visam ensinar, instruir e fazer com que as crianças e jovens conheçam diferentes atividades culturais, no intuito de ocupar, oferecer lazer e entretenimento e até mesmo permitir a formação de futuros profissionais na área, os multiplicadores.
Atualmente, o Centro Cultural de Benfica possui projetos como cineclube e grupos de dança. O espaço também participa de processos seletivos (como o Pontos de Cultura), no intuito de buscar financiamento das atividades realizadas no local.
O prédio, inaugurado no ano de 1959, fica na Rua Tomé de Souza, número 200, no bairro Benfica. O espaço foi fechado até o ano de 1994, pelo desgaste e falta de condições para manutenção. Naquele ano, houve uma mobilização de pessoas ligadas à Igreja, junto a comunidade, para recuperá-lo e, em 1995, foi concluída a reforma e restauração das dependências do prédio.
A partir daí, foram desenvolvidas várias atividades de cultura no CCB. Diante disso, houve a necessidade e, posteriormente, a criação de um conselho administrativo; em outubro de 1998, foi promulgado o estatuto. Lúcio Rodrigues, diretor de patrimônio, conta um pouco mais da história do local.
A atual diretoria busca manter o espaço movimentado e atender à comunidade próxima. Lúcio também explica como funciona o cineclube e qual é o intuito dessa atividade.
Professora Elenize e as alunas da academia Over Jazz (foto: Izabela Fonseca)
O local abriga as atividades do grupo de Dança Over Jazz. A academia completou 25 anos, mas só esse ano as atividades passaram a acontecer no CCB. Algumas alunas com baixa condição financeira são contempladas com descontos para que possam frequentar as aulas. A professora e diretora do grupo Elenize Seguro explica que o projeto não diferencia ninguém, apenas dá condições para quem gosta e não pode pagar para dançar.
Elenize e algumas alunas da academia destacam a importância desse projeto para a comunidade.
Veja parte da aula de dança realizada no dia 24 de outubro de 2012:
O programa é coordenado pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) em parceria com as Secretarias de Esporte e Lazer, Assistência Social e Educação. Atende crianças de 6 a 14 anos e oferece diferentes oficinas de cunho cultural, tais como dança, hip hop, teatro e música.
Amanda Martins Barbosa,
coordenadora das oficinas de música, explica que "o principal objetivo
do programa é fazer cumprir a lei da cultura para todo cidadão,
permitindo, também, que essas pessoas tenham um início de formação
profissionalizante". Ela fala sobre as principais conquistas do projeto.
De acordo com Amanda, o programa conta com 28 articuladores culturais, que atuam como professores nas aulas, e pretende atender cada vez mais bairros, já que hoje atende a mais de 50. A coordenadora explica, ainda, que o Gente não oferece apenas as oficinas; abarca, também, eventos que estimulam as crianças a se dedicarem cada dia mais.
A assistente social Maria Penha da Silva fala sobre a experiência e a iniciativa de oferecer atividades de cultura e lazer aos moradores do bairro Jóquei Clube II, que é atendido pelo Gente em Primeiro Lugar. "Quando eu me mudei pra cá, em 2007, percebi que o bairro ainda era muito carente em termos de lazer. Muitas crianças não tinham o que fazer por aqui e alguns moradores começaram a pleitear uma atividade diferenciada. Nós demos o primeiro passo com uma ação da ONG Pró-Juventude e, depois, com o Gente em Primeiro Lugar, conseguimos concretizar alguns de nossos objetivos, porque implantar qualquer coisa para a comunidade por nossa conta é muito oneroso".
Maria Penha destaca que as principais mudanças nas vidas das crianças assistidas pelo programa estão baseadas no "respeito um pelo outro, na convivência, no aprendizado, de forma que as crianças estão se saindo tão bem que passam a ajudar os colegas. Ou seja, o ganho é da comundiade, das famílias e da sociedade de uma forma geral".
Rafael Toti, articulador das aulas de Hip Hop, explica como o programa atua no bairro. "Aqui no Jóquei Clube II nós trabalhamos com aulas de Hip Hop, dança e música com flauta. Como eles são crianças, é preciso cuidar para que eles não se machuquem, então eu passo uma quantidade de exercícios, alongamentos e preparações, além de oferecer, também, uma contextualização teórica, com a história do Hip Hop e o que a dança pode significar na vida de cada um deles, porque o breake não consiste apenas em fazer manobras, rodar, dar mortal, mas também dançar." Rafael destaca os principais resultados das aulas.
Para o professor, "todo projeto de cunho social tem uma troca interessante, porque nós, profissionais, damos a oportunidade de as crianças conhecerem algo novo e, se quiserem seguir carreira, ter um rumo para a vida profissional em um próximo momento".
Micaela da Silva faz aulas no Jóquei Clube II e concoda com Rafael quando fala do Hip Hop para a vida.
Micaela foi a campeã de um dos concursos promovidos pelo programa no ano passado, a Batalha de Breakdance kids.
Outras crianças que participam das aulas de Hip Hop no bairro Jóquei Clube II também querem seguir carreira na dança, como é o caso dos gêmeos Cristofer e Kevin Costa Carvalho. Kevin mostra um pouco do que já aprendeu nas aulas.
A mãe dos gêmeos, Lucélia da Costa Carvalho, 36 anos, destaca que o Hip Hop contribui para a formação dos filhos, que se sentem mais motivados com uma atividade diferente das oferecidas na escola. Ela conta o que mudou desde que os meninos começaram a frequentar as aulas no Jóquei Clube II.