Recentemente, a ASTRANSP anunciou a aquisição de mais nove
ônibus adaptados que passam a circular na cidade. Com esse número, mais de 90%
das linhas de ônibus urbanos estão com pelo menos um veículo com acesso e espaço
para portadores de necessidades especiais. Algumas empresas, como a Tusmil, que circula no São Mateus, Centro,
Cascatinha e São Pedro, têm ônibus adaptados em todas as suas linhas. Outras
empresas ficam com índices entre 92 e 97%. Com relação à frota de ônibus, o
percentual de veículos adaptados é de 60%: 359 dos 585 ônibus que atendem à
população de Juiz de Fora são adaptados. O objetivo é que se chegue a 100%,
ainda sem prazo definido.
A estudante Leticia Fracetti, 20, é usuária do transporte
público adaptado de Juiz de Fora há mais de dois anos. Ela falou sobre suas
dificuldades e necessidades, especialmente ao lidar com os ônibus internos da UFJF: “Todos
esses ônibus deveriam ser adaptados! Se fosse assim quem precisasse de elevador
não precisaria esperar especificamente o adaptado e ninguém ficaria limitado a
nada. Sem contar que se o adaptado passa muito cheio nem dá pra pegar. Esse é
um grande problema na acessibilidade da universidade.”
Confira mais informações na entrevista, em audio.
Como afirma Leticia, apenas a acessibilidade
no transporte público não é suficiente.
De acordo com a Norma Brasileira de Acessibilidade, desenvolvida pela ABNT,
Acessibilidade é “possibilidade de condição e alcance, percepção e entendimento
para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário,
equipamento urbano e elementos”.
Por causa deste documento, e também do
Estatuto do Portador de Deficiência, aprovado em 2000, o Brasil é considerado
um dos países mais acessíveis do mundo. Isto é, pelo menos no papel. Entende-se
por espaço urbano adaptado não apenas o que não cause dificuldades para a
locomoção e localização de portadores de necessidades especiais, mas também que
as facilite e tornem o mais aprazíveis possível. E as iniciativas na área
continuam sendo muito mais teóricas do que práticas. Portais como o Acessibilidade, o DaSilva e o Acessibilidade Brasil são boas fontes de informação para
quem quer tornar o seu meio mais acessível (empresas, sites...), mas ainda são
uma ação muito restrita. É o que explica a Assistente Social do Instituto
Bruno, Gabriela Lauau.
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