sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cupcakes conquistam gosto do juizforano

por Marianna Brück e Guilherme Pimentel

         Você sabe o que é cupcake? Se sabe, certamente já ficou com água na boca. Ele pode até ter um nome sofisticado, mas na verdade o cupcake é um tipo de bolinho recheado, com cobertura de confeito, que serve a uma pessoa. São aqueles bolinhos enfeitadinhos, que aparecem muito em filmes americanos.

         E foi exatamente lá nos Estados Unidos que surgiu o cupcake, em 1996. Virou moda por lá, e agora é moda também aqui no Brasil. Está ganhando cada vez mais espaço em festas infantis, eventos corporativos e casamentos. E os juizforanos também já conhecem o cupcake. Segundo Vladimir Morais, que há cerca de dois anos trabalha comercializando cupcakes na cidade, a repercussão que os doces tiveram, principalmente entre os jovens e crianças da cidade, foi surpreendente. Ele conta que esse público já conhecia ou já tinha visto a iguaria de filmes ou da internet. Vladimir diz que quem teve a ideia inicial foi a sua mulher Andréa, que começou a cozinhar os bolinhos a principio para atender a encomendas, em especial para eventos. Aos poucos o negócio foi dando certo e se expandindo. Clique abaixo para ouvir Vladimir explicando um pouquinho do processo de evolução.



         Mas será que essa moda pega mesmo, ou será que o cupcake é apenas mais um produto do tipo que aparece e faz sucesso durante um tempo, mas não se mantém no mercado? Segundo o economista e professor da Faculdade de Economia da UFJF, Lorival Júnior, determinados “modismos” do mercado dependem de alguns fatores para dar certo durante um período maior de tempo. Lorival conta que no caso específico do cupcake e de outros produtos que não faziam parte da matriz cultural brasileira, o sucesso depende da capacidade do produto de se adaptar aos hábitos, ao gosto e à renda da população. Outro ponto interessante que o economista destaca é com relação ao risco de se abrir um negócio desse tipo. Ele explica que nem todas as pessoas que têm a capacidade de produzir determinado produto possuem também a capacidade de manter um negócio, e por isso nem sempre uma empresa dá certo e consegue permanecer atuante no mercado.


         Apesar do gosto agradável e da aparência atrativa, o cupcake ainda tem um preço relativamente alto para o bolso dos brasileiros, podendo chegar, em Juiz de Fora, a custar até R$ 7,00. Mesmo assim, parece que os juizforanos não se sentem intimidados a consumi-lo em grandes quantidades. Nos stands do Vladimir, que funcionam em dois shoppings da cidade, são vendidos cerca de 200 cupcakes por dia, além de encomendas que são recebidas via site. Lorival comenta também que, de uma forma geral, as pessoas de quase todas as faixas de renda, em determinados momentos, se deixam levar por algumas “ostentações”, desde que consigam garantir as próprias necessidades básicas e as da sua família. Lorival exemplifica com outra tendência que conquistou os juizforanos recentemente, a cerveja artesanal, ouça:
    


         Cupcakes complementam renda doméstica


         Cupcakes também são famosos na Irlanda. Na Universidade de Limerick (cidade de 60 mil habitantes no oeste da Irlanda), é organizada uma pequena feira ao ar livre durante a hora do almoço às terças-feiras. O objetivo é fornecer mais opções aos alunos e funcionários que precisam almoçar na universidade. Cerca de oito pequenas barracas são montadas em um pátio do campus onde é possível comprar pratos vegetarianos, sanduíches, sopas e doces.
         O padeiro John McCarthy participa dessa pequena feira montando uma barraca para oferecer bolos, chocolates e cupcakes para os alunos. Com a crise econômica (a Irlanda é um dos centros da crise da zona do euro), McCarthy afirma que a feira da universidade foi de grande ajuda. “O movimento diminuiu consideravelmente no meu estabelecimento. Claro que as pessoas continuam comprando pães, mas muitas fazem isso nos supermercados. Além disso, as vendas de outros pequenos produtos também caíram. Vi a chance de recuperar dinheiro na universidade. Vim observar a feira um dia e só via opções de comida ou lanches salgados. Achei que cabia uma barraca de doces aqui. Deu certo.”
         John McCarthy diz que, apesar de o faturamento não ser o mesmo, ele conseguiu diminuir o prejuízo. “Os estudantes almoçam e sempre se interessam pela sobremesa que veem nos doces que eu trago para minha barraca. Fico na universidade por três horas, das 10h30 às 13h30, e geralmente vendo tudo o que trago”.
          E você, não resiste a um cupcake ou o considera apenas um modismo? Deixa sua opinião nos comentários!

Um comentário:

  1. Gostei da reportagem de um modo geral, porem é erroneo afirmar que o cupcake surgiu nos EUA em 1996. Pois O cupcake é de origem inglesa e surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos no século 19.

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